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Após fim do financiamento do governo, pesquisa nacional sobre coronavírus será retomada

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (arquivo Diário)

Os santa-marienses estarão entre a população das 133 cidades a receber, mais uma vez, os pesquisadores do Estudo de Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil, a Epicovid-19-BR, entre os dias 20 e 23 de agosto. Esta será a quarta etapa de entrevistas e testes rápidos aplicados em moradores de todo o Brasil para estimar o número de casos de coronavírus no país. Até agora foram reunidos dados de quase 90 mil pesquisados. Coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a pesquisa é considerada a maior em população sobre prevalência do vírus no mundo.

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As três primeiras etapas do estudo contaram com o financiamento do Ministério da Saúde, mas, no mês passado, a pasta anunciou o fim do apoio. O ministro interino Eduardo Pazuello defendeu que fossem feitos estudos regionalizados. A quarta fase foi viabilizada graças a um fundo criado pelo Itaú Unibanco para apoiar iniciativas de enfrentamento à Covid-19, o programa Todos pela Saúde. A pesquisa teve disponível R$ 12 milhões do Ministério da Saúde desde abril, conforme extrato publicado no Diário Oficial da União naquele mês.

- Os números de casos de infecção, internações e mortes por coronavírus se mantêm altos dia após dia no Brasil. Neste momento, precisamos das melhores evidências para embasar ações, preservar a saúde e prevenir mortes evitáveis de brasileiros - declarou o epidemiologista e coordenador geral do estudo, Pedro Hallal, que também é reitor da UFPel.

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Como nas etapas anteriores, o estudo mobiliza cerca de dois mil entrevistadores do IBOPE Inteligência. Em cada cidade são feitas entrevistas e testes rápidos com 250 moradores. A seleção dos endereços é feita por sorteio com base em dados censitários do IBGE. Somente nesta etapa deverão ser coletadas informações de 33,2 mil participantes. A primeira fase foi realizada entre 14 e 21 de maio; a segunda, entre 4 a 7 de junho; e a mais recente ocorreu entre 21 a 24 de junho.

Os dados colhidos até agora mostram que a prevalência do vírus dobrou no país. Na primeira etapa o percentual de contaminação era de 1,9% e passou para 3,1%, na segunda. Na última etapa, os números chegaram a 3,8%. A pesquisa também verificou a queda do percentual de pessoas que ficam sempre em casa, que passou de 23,1% no começo da pesquisa para 18,9%.

RESULTADOS
Dentre os resultados, o Epicovid trouxe ainda um retrato dos públicos mais vulneráveis. A população 20% mais pobre teve o dobro de risco de infecção em comparação ao grupo 20% mais rico. A análise por grupos étnicos mostrou também que indígenas apresentaram cinco vezes mais chances de contrair o vírus do que brancos. Quanto às regiões brasileiras, é possível inferir que o novo coronavírus já atingiu 10% da população no Norte, enquanto no Sul o percentual é de 1%.

Outra informação sobre a pesquisa diz respeito aos principais sintomas relatados por entrevistados. O sinal mais presente entre os infectados é a dor de cabeça, em 58% dos casos, seguida por alteração no olfato ou paladar (57%), febre (52,1%), tosse (47,7%) e dor no corpo (44,1%). Ao contrário do que se considerava no meio científico, a pesquisa apontou ainda que cerca de 90% dos casos dos entrevistados com anticorpos para o vírus apresentaram sintomas.



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